Resumo: Como tornar o “homework” mais atrativo e significativo

Nosso último #breltchat foi sobre homework. O assunto é pra lá de polêmico, com livros e livros escritos sobre o assunto (Alfie Kohn, anyone?!). Embora tenha sido uma discussão mais intimista, foi igualmente proveitosa, e o resumo feito pela @amorim_kelly ficou simplesmente IMPERDÍVEL!!! Se você não pode participar do chat, pelo menos pode entrar na discussão com os comentários! Agora, deixo para vocês as palavras da Kelly! Enjoy!! 🙂

Como tornar o “homework” mais atrativo e significativo

Você, um bom educador que se preze, já deve ter ouvido a motivante frase:

“Ah! Professor! Dever-de-casa não!”

Como enfrentá-la? Como mostrar aos seus queridos pupilos que esse pequeno monstro no armário deles, na verdade, é um grande aliado contra as “forças do mal”: o esquecimento do vocabulário e o não-entendimento das estruturas gramaticais?

Esse foi o tema de nosso #breltchat do dia 10 de Novembro de 2011. Tema que acabou por ser tão intimista e reflexivo que pode-se discutir até mesmo quais os deveres de casa de todos nós professores.

Para dar aquele gostinho de ponta pé inicial ao nosso #breltchat @hoprea publicou o post sobre homework escrito em março de 2010, http://t.co/1yEsMz5H ,e logo na primeira frase lemos  “Homework is probably frowned upon by students and teachers alike”. Afirmação essa confirmada por @BrunoELT que  levantou a questão de que, infelizmente, temos q admitir que homework é visto como tortura para alguns alunos.

Mas, como torná-lo mais significativo? Menos mecânico? Como fazer os alunos entenderem que não será um “homework” mas, como sugerido por @BrunoELT, será um “after class learning”. Afinal, @Raquel_EFL mesmo pontua “Eu gosto de chamar de produção do aluno, trabalho lembra algo remunerado… e cansativo”. Como incentivá-los, de forma a perceberem que só terão a ganhar ao realizar sua “produção individual” em casa?

Nessa questão @hoprea acredita que “o primeiro ponto para se tornar a tarefa de casa mais atraente é saber os motivos de passar as tarefas para os alunos”.

@amorim_kelly Concordo com @hoprea quando diz que saber os motivos de se passar o homework é o príncipio de tudo. Quando sabemos o motivo para o qual passamos uma atividade e deixamos claro aos alunos eles possuem uma motivação para fazê-la.

@BrunoELT  Como avaliar tais motivos? Muitos professores tem dificuldade nisso.

@hoprea: Acho que o motivo é dar mais uma chance para os alunos praticarem o conteúdo, mas não pode ser algo mecânico.

@BrunoELT  “praticar o conteudo” essa deve ser a palavra de ordem de todo homework.

@hoprea  Por exemplo, tarefas que apenas pedem que os alunos passem frases para a negativa, sem critério, não dá!

@BrunoELT  É, isso serve pra niveis BEM básicos como prática para reconhecimento da estrutura e forma da língua.

@hoprea: Ainda assim, esse é um tipo de exercício que pode até praticar a forma, mas cadê o significado e o uso?

Praticar o conteúdo com significado, com motivo, com produção. Mostrar a real necessidade daquele pequeno momento de estudo praticado por ele em casa. Fazê-lo acreditar que esse momento será essencial para o desenvolvimento de suas habilidades lingüísticas. Mas, praticado em casa? Praticado dez minutos antes da aula começar? Praticada cinco minutos depois da aula terminar? O quando interfere?

@hoprea Acho que uma das coisas que peço é que os alunos nunca façam o dever no dia da aula, nem antes nem depois.

@BrunoELT  Antes nunca! Mas logo após, pq nao? A coisa ta fresh na memoria deles.

@hoprea:  se fizerem no dia seguinte,eles se forçam a retrieve a informação, estudar ao invés de lembrar.

@hoprea: o homework pode ser significativo se for algo que os faça estudar, daí o meu pedido de que façam em dias que não tem aulas.

@amorim_kelly Interessante essa questão de “quando” fazer..mas, não podemos controlar isso. Como saber o aluno que faz o HW no carro a caminho?

 @hoprea: Ahhhh… bem, controlar isso é impossível, mas podemos apenas orientar e explicar os motivos.

@BrunoELT: Pois eh, é preciso entao que se crie uma cultura de “como fazer” o Hw. Desde o primeiro dia explicando.

@hoprea: Assim como tudo o que fazemos, é importante termos essas explicações desde o início.

@sergiopantojajr: Concordo! Deixar claro os objetivos e adaptar o ‘formato’ do homework a realidade dos alunos é essencial.

Levantar a questão da realidade do aluno nos liga diretamente ao uso da tecnologia. Em mundos de twitter, facebook, tumblr, blogs e afins como tornar o homework atraente? Fazer uso indiscriminado da Web 2.0 já é o suficiente?

@BrunoELT: As web20 tools podem ser uma alternativa para transformar o homework e como os alunos o veem, concordam?

@hoprea: Muitos acham que apenas o uso da web 2.0 já basta para tornar o homework atraente, mas não é bem assim

@hoprea: As web 2.0 tools só serão meaningful e appealing se forem bem usadas e explicadas. Mas mesmo assim, não acho que são A solução.

@sergiopantojajr: Tenho usado bastante vocaroo, por exemplo, para exercícios de pronúncia e voxopop para discussões

@amorim_kelly: o que venho fazendo para que eles vejam algo de interessante em casa é levantar algumas discussões no twitter ou facegroups.

@hoprea: Aí sim é um uso com propósito das ferramentas da web 2.0. #breltchat Curti! J

Mais uma vez a necessidade de se unir propósito à ação é levantada. Nada é possível sem o devido planejamento, sem a devida clarificação dos reais motivos e sem um objetivo específico a ser alcançado. Não apenas fazer uso da tecnologia, mas saber o porquê de usá-la e como usá-la para alcançar um resultado produtivo.

Passando deste ponto levantou-se a questão da motivação em sala de aula. No momento da correção como trazer o homework para a vida, não transformá-lo em um algo mecânico onde o aluno tenha a certeza de que se chegar atrasado em sala não perderá muita coisa, “Ah! Foi apenas a correção do homework! Depois copio as respostas de alguém!”.

Sim! O quê, quando e como corrigir? @hoprea pontuou a preocupação de que, por não saber como corrigir, pode-se passar uma aula inteira apenas no homework. Problema esse que gera outro, maior e mais preocupante que apenas o timing, o aumento de TTT, como bem colocado por @BrunoELT: é importante não nos deixarmos levar pela correção dando respostas o q pode aumentar o TTT ao extremo. E a questão que fica para a reflexão é: como tornar a correção + produtiva, menos mecanica e nada time consuming?

@Raquel_EFL Planejamento + eficácia + aplicabilidade + motivação = nossa tarefa de casa diária como Educadores!

E como disse no início, não poderíamos deixar de levantar a questão das freqüentes reclamações de nossos alunos. @hoprea, então, fez a fatídica pergunta: qual a reclamação mais comum que vocês ouvem dos alunos sobre homework? As respostas foram, nada menos que familiares a todos:

@Raquel_EFL Mts atividades diárias esem tempo p HW.

@BrunoELT: “Ah, teacher que boring!”.

@sergiopantojajr: Não ter tempo nem para dormir quanto mais para fazer o homework!

Mais uma vez batemos na porta da danada da “significação”. Eles precisam saber que o homework é, sim, significativo! Mas, o questionamento que não nos deixa é: Como?

@hoprea: o Homework é significativo quando auxilia no aprendizado. Cabe a nós mostrarmos isso no decorrer das aulas.

@sergiopantojajr  faz parte do papel do professor fazer exatamente isso, ajudá-los a descobrir o caminho.

@hoprea: O problema do tempo… ou seja, precisamos planejar cada vez melhor o HW para ser significativo e auxiliar no rendimento em sala.

Significação e percepção do próprio aluno na melhoria de seu rendimento pelo simples ato de cumprir com a tarefa de casa. Tudo é mostrado pelo professor, que funciona como a estrela guia deles. E como fazemos? Contamos com nosso planejamento, com a criteriosa seleção do que é de fato importante, do que deve ser discutido, do que deve ser treinado em casa. Mas, o que fazer com os livros cujos homeworks já estão lá nos workbooks? Essa foi a pergunta da @Raquel_EFL. Respondida por @hoprea: “Selecionar o exercícios ao invés de pedir que façam tudo é um começo! Podemos optar por exercícios diferentes de acordo com as necessidades, mas a princípio um mesmo set para todos”.

Entrando no campo de responsabilidade do professor discutiu-se uma questão crucial. E a postura do professor? Aonde você se coloca como motivador?

@Raquel_EFL: E a postura dos profs ao corrigirem HW como redações, por ex? Muitos reclamam que odeiam corrigir compositions.

@sergiopantojajr: E alguns fingem corrigir! Vi isso quando tinha que corrigir 4 redações de cada aluno por semestre.

@hoprea: Fingir que corrige é pior ainda! Mas alguns fingem corrigir mesmo que seja apenas 1 redação por ano.

@hoprea: Vamos além da correção… tem “professor” que apenas finge ensinar.

@amorim_kelly Como esperar q o aluno tenha comprometimento se vc ñ tem?

 @sergiopantojajr: O pior q esse tipo d prof é o q + reclama. O sujeito não vê q a atitude do aluno é o mero reflexo da dele.

@hoprea: Exatamente! Nós, como professores, ditamos o ritmo das coisas em sala e influenciamos muito no andamento das coisas.

Ditamos o ritmo, somos o reflexo, o guia, o motivador, em suma: somos professores. E o homework é mais um dos campos minados nos quais pisamos todos os dias. E para cruzarmos com esmero precisamos de muita preparação, planejamento, muito pensar e refletir sobre nossa prática diária. Afinal esse é o nosso homework.

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